Saiba porque eu não como carne vermelha desde os 16 anos
Saiba porque eu não como carne vermelha desde os 16 anos
Eu não como carne vermelha, faço a segunda sem proteína animal alguma e pretendo cortá-la de vez um dia da minha dieta. Entenda porque isso é possível.
Cortei muito cedo a carne vermelha da minha dieta, porque descobri que ela não trazia benefício algum à minha saúde. Muito pelo contrário, ela dificulta a digestão e é altamente inflamatória. Inclusive, muitos especialistas dizem que o ser humano é herbívoro e não carnívoro. O dr. William C. Roberts, mestre da Academia Americana de Cardiologia, diz que nossas características não são de um animal que come carne. Ele diz:
“Os anexos de carnívoros são garras; os de herbívoros são mãos ou cascos. Os dentes dos carnívoros são afiados; os dos herbívoros são principalmente retos (para moer). O trato intestinal dos carnívoros é curto (3 vezes o comprimento do corpo); o dos herbívoros é longo (12 vezes o comprimento do corpo). O resfriamento do corpo dos carnívoros é feito pela respiração ofegante; herbívoros pela transpiração. Carnívoros bebem fluídos por lamber; herbívoros por sorver. Carnívoros produzem sua própria vitamina C, enquanto que os herbívoros a obtêm da sua dieta. Assim, humanos têm características de herbívoros, não de carnívoros.”
Isso significa que nosso consumo de carne provavelmente é apenas cultural, não tem nada de necessário.

Motivos
Existem vários motivos que levam as pessoas a pararem de consumir carne. Os mais comuns são:
– Saúde: o consumo de carne pode aumentar o risco de doenças cardíacas e alguns tipos de câncer. Esse é o motivo que me fez parar de comer carne vermelha.
– Digestão: a digestão, principalmente da carne vermelha, é bastante lenta, o que causa sonolência e sensação de peso no estômago em muita gente.
– Ética: respeito aos animais. Esse é o motivo que me move mais hoje em dia.
– Proteção do meio ambiente: a pecuária é a maior responsável pelo uso das terras cultiváveis do planeta, aumentando o consumo de água e o desmatamento e poluindo a atmosfera.

Substitutos à altura
A notícia boa é que a maioria dos nutricionistas acreditam que é possível encontrar bons substitutos nutricionais para a proteína animal. Aqui cabe uma explicação: você pode escolher eliminar a carne vermelha da dieta, todos os tipos de carne ou até mesmo todas as proteínas de origem animal. Nesse último caso, excluem-se ovos, leites e derivados. Uma sugestão que eu dou, se você não estiver com coragem de eliminar de vez a proteína animal, é ficar pelo menos um dia da semana sem ela. Assim, você vai descobrir que não é impossível.
Para dar o primeiro passo em direção à vida sem carne, é fundamental buscar ajuda de um nutricionista. “Na maioria das vezes, é preciso fazer uma suplementação adicional, pois as quantidades dos alimentos necessários para atingir os valores ideais das vitaminas e minerais são bem grandes. Algumas pessoas não conseguem, de início, ingerir tudo que foi recomendado”, alerta Cristiane Braga Kanashiro, nutróloga da Clínica Due, em São Paulo.

Em geral, os principais substitutos da proteína animal estão nas leguminosas, que são os grãos como a soja (também em tofu ou proteína texturizada), o edamame (soja verde), o feijão (seja branco, carioca, azuki, preto ou fradinho), a ervilha, a lentilha, o tremoço e o grão-de-bico. “Estas podem ser utilizadas de diversas maneiras: em saladas, refogados, hambúrgueres, caldos, bolinhos, panquecas e até mesmo em preparações doces (como brownie de feijão preto ou mousse de chocolate feito com tofu)”, sugere a nutricionista Priscilla Mazza, de São Paulo, especialista em nutrição vegana e vegetariana.
Uma técnica que ajuda na absorção de cálcio, ferro e zinco desses alimentos é o remolho. “Ela reduz os fatores antinutricionais, como o fitato”, explica Priscilla. É só deixar os grãos de molho na água por 8 a 12 horas, descartar a água e, só então, cozinhá-los.
As oleaginosas (castanhas como amendoim e castanha de caju), e os legumes (como brócolis, couve-flor e cogumelos) também são fontes de proteína, porém, possuem menos teor proteico que os grãos.
Porque eu ainda consumo proteína animal
Apesar de eu ter vontade de riscar a proteína animal da minha vida, tenho uma dificuldade grande para ganhar massa muscular, o que fica ainda mais complicado sem o consumo dessa substância. Perguntei para a nutricionista Priscila Mazza se existe substituto vegetal à altura para quem se exercita bastante como eu e ela me disse que sim. “Quando pensamos em hipertrofia muscular, é necessário que a equação entre o consumo de proteína e o treinamento de resistência (que consome proteína) seja positivo”.
Ela cita um estudo do médico americano Stuart Phillips, que mostra que a síntese proteica muscular pode ser estimulada ao máximo com a ingestão de 20 gramas de proteína de alta qualidade a cada três horas. Outro estudo realizado pelo Nutrition Journal mostrou que o consumo de 2 a 3 g de leucina são necessárias para maximizar a síntese proteica muscular. A leucina é um aminoácido presente em alimentos de origem animal e em alguns de origem vegetal, como tofu, proteína texturizada de soja, proteína isolada de soja, tremoço, edamame e feijão branco.
Será? Ainda vou tentar e volto pra contar!
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