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Por que o preconceito contra a cirurgia plástica é tão cruel?

Por que o preconceito contra a cirurgia plástica é tão cruel?

Exercícios físicos e alimentação são bem aceitos como forma de envelhecer com autenticidade. Por que a cirurgia plástica não?

A cobrança em cima das mulheres é enorme. Cobra-se por uma aparência jovial, mas também condena-se quem se preocupa demais com essa estética. E quem se submete a cirurgias plásticas sente bem esse peso. Muitas preferem até guardar segredo dos procedimentos pelos quais passaram. Mas, afinal, onde está o problema em querer mudar algo em si para se sentir melhor?

Mulheres que fizeram cirurgias plásticas são consideradas falsas, inseguras, fúteis. Em uma época em que a autenticidade é adorada, essas mulheres são desvalorizadas, não são levadas a sério. “Vivemos o dilema do corpo perfeito versus os julgamentos. Se você deseja ter um corpo legal, precisa ser por meios que a maioria ache bom, como alimentação e exercícios físicos”, acredita a coach e psicóloga Lívia Marques, do Rio de Janeiro.

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Liberte-se

Como na maioria das questões que permeiam nossos tempos, aqui também a falta de empatia e os julgamentos radicais apresentam sua pior face. Quem consegue um corpo bonito se alimentando bem e fazendo academia é admirado. Quem muda algo que incomoda em seu próprio corpo através do bisturi é ridicularizado. “Muitas mulheres não querem demonstrar que mexem no rosto para não serem comparadas às que ficam com resultados não-naturais”, analisa o cirurgião plástico Eduardo Kanashiro, da clínica Due, em São Paulo.

Mesmo aquelas que ficam com esse resultado considerado não-natural – elas não mudaram em sua essência por causa disso. Continuam as mesmas mulheres que eram antes e não deveriam ser julgadas como menos inteligentes.

Claro que quando se fala em cirurgia plástica, é preciso levar em conta que não é um procedimento livre de riscos. “Sempre digo que devemos ter em mente dois lados de uma balança: de um lado, a intensidade da insatisfação sobre a queixa estética, bem como a possibilidade de melhora; no segundo lado, os riscos e a complexidade envolvida no procedimento. Quanto mais a balança pender para o primeiro, maiores as chances de um bom resultado. Do contrário, a cirurgia pode não valer a pena”, aponta o cirurgião plástico.

Tirando essa ressalva, seja feliz com a sua escolha. Atenda à sua vontade, assuma, comemore e esqueça o preconceito alheio – eles, sim, deveriam se envergonhar de seus julgamentos. O que realmente importa é fazer o que te deixa feliz, seja abraçando e amando aquela característica que é só sua ou corrigindo algo que te incomoda. E não esqueça de elogiar alguém que decidiu fazer o mesmo em nome de sua autoestima.

 

Photography DA, Illustration Istockphoto

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