Menu & Search

A liberdade de pensarmos o que quisermos

A liberdade de pensarmos o que quisermos

As eleições no Brasil terminaram e o que ficou foi uma sensação de que a liberdade de escolha e de pensamento passou longe das discussões.

Não importa se o seu candidato era o X ou o Y, você saiu dessas eleições acreditando que as pessoas respeitam as opiniões contrárias? Eu não. Era um ataque sem fim nas redes sociais, famílias se afastando, amizades se quebrando. Mas e a liberdade, e a democracia que defendemos tanto? Pra se ter liberdade, é preciso respeitar as opiniões contrárias às nossas, por mais incoerentes que elas pareçam.

Conversar, debater, tentar convencer é uma coisa, mas desrespeitar, achar que aquela pessoa pensa diferente porque é ignorante é simplificar demais as diferenças. Todos estamos aqui pra buscar a felicidade e a satisfação, por isso não consigo entender essa falta de empatia de atacar alguém sem nem ao menos tentar se colocar do lado de lá. Você pode gostar de coisas diferentes de mim e qual é o problema? Se existe alguma afinidade, isso só enriqueceria as relações, não deveria criar afastamento.

Defendo a liberdade de pensar diferente, de mudar de opinião, de errar. Porque só é livre quem entendeu que não existe coerência absoluta. Apenas coerência com os próprios valores, crenças e vontades. Só é livre quem entendeu que o equilíbrio absoluto não existe e que o desequilíbrio é natural, saudável e em muitos momentos é o que nos move, nos muda e nos faz ir adiante.

Barack Obama, em seu discurso pós-vitória de Donald Trump dá uma lição de resiliência:

“É assim que a política funciona: nós tentamos convencer as pessoas de que estamos certos. E então as pessoas votam. E se perdemos, nós aprendemos com nossos erros, fazemos algumas reflexões, sacudimos a poeira, nos erguemos e voltamos ao jogo. Nós vamos atrás. Tentamos ainda mais da próxima vez. O ponto é que sempre sigamos em frente com a presunção de boa fé em nosso povo. Porque essa presunção, de boa fé, é essencial para uma democracia vibrante e funcional”.

Essa lição não vale só pra política, mas pra vida!

 

Illustration Istockphoto, Animation ManOnFactory

0 Comments